26 de fev. de 2013

A melhor parte de mim


Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim. 

 —Clarissa Corrêa.

23 de fev. de 2013

Apenas um livro


Sou um livro aberto para quem quiser me ler. Porém você precisaria de muita atenção. Sou daqueles livros escritos com palavras difíceis, me escondo nas entrelinhas e às vezes até em outra língua. Eu sou essência e não capa, sou daqueles livros com paginas demais, muitos desistem na metade. Sou para poucos, sou porque eu quero ser. Aos que conseguem me ler, no final nunca entendem, porque não fui feita para ser entendida, e sim compreendida. Venho eu mesma a muito tempo tentando me ler, me entender, mas ainda há muito que não sei sobre mim. Gosto de pensar que sou um livro da Clarice, poucos leem e poucos entendem. Talvez eu tenha sido feita para confundir a cabeça das pessoas, alguém muito desordenado me escreveu. Mas eu gosto de ser assim, aos poucos que se atreveram a me ler, no final não se arrependeram de todo o esforço mental.

22 de fev. de 2013

Nem tudo precisa ser como é

Numa atividade em sala de aula a professora pergunta :
Professora: Qual personagem de conto de fadas vocês querem ser?
Aluna1: A Branca de Neve.
Professora: Por que?
Aluna1: Ela é linda ,  tem um príncipe que à ama , com cavalos e castelos , e ela tem um final feliz .
Professora: E você?
Aluna2: Eu quero ser a Rapunzel. Porque ela é linda e tem um principe que lutou por ela. E ela mora em um castelo gigante , o mais bonito de todos !!
Professora: (virando-se para uma menina especial) E você Marina, o qual você quer ser?
Marina: Eu quero ser a princesa Fiona , do Shrek.
Professora: Mas por que? Você não quer ser a Cinderela , ou outra mais bonita?
Marina: Não. A Fiona é a mais bonita. Ela se aceita como ela é , diferente de todos como eu , pra viver com quem ela realmente ama e que também ama ela de verdade. Ela tem um burro que fala , isso não é mais legal do que cavalos , tia? Veja só , ela é feliz e não precisa de castelos nem de um homem bonito por fora. Eu queria um Shrek pra mim. Queria que alguém me aceitasse por quem eu sou. E ele me ensinou que eu não preciso ser perfeita pra ter um final feliz.